Um amor que não se concretiza, não fode nem sai de cima

Os bebês e os cônjuges

Ele perdeu o bebê que estava esperando. Já é a segunda vez que ele me dá tal notícia. Acho muito triste. Mas nunca pergunto o que aconteceu. Se ele não me diz, também não pergunto.
Não sei nada sobre a relação dele com a mulher. Ele nunca me contou e eu nunca perguntei. Não sei nem o nome dela. Ou como se conheceram. Ou desde quando estão juntos. Não que eu não tenha curiosidade, mas o que mudaria a minha vida saber disso? Nada! Então, melhor não perguntar.

Ele não, ele não resistiu e me perguntou sobre o meu marido. Quando comecei a falar, ele chegou a tentar desmerecê-lo, com um comentário bobo. Mas eu fui em defesa do meu marido e ele acabou concluindo que eu tive sorte no amor. Concordei que sim.

Um colega de trabalho conheceu a mulher dele e, sem saber nada do meu interesse pelo assunto, disse horrores sobre ela. Que era feia e chata. Até então, eu imaginava que ele tinha se casado com uma super top model. As mulheres e essa mania de se colocarem para baixo quando não são as escolhidas. Aquela coisa, se não me quis tinha que ter casado com uma deusa que eu nunca alcançaria, assim eu entenderia. Mas não, ele engravidou uma mulher feia e chata e foi s'embora morar com ela. E este primeiro bebê vingou.

Hoje, a imagem que tenho pintada dela na minha cabeça é de uma mulher como qualquer outra. Com seus defeitos, virtudes, altos e baixos. Eu a respeito.

A verdade é que não quero roubá-lo dela, nem quero trocar o meu marido por ele.